Qual o real impacto da Tireóide no emagrecimento?

Mar 10, 2022

O que é a Tireoide?

A tireóide é uma glândula pequena com o formato de borboleta encontrada na região do pescoço. Essa glândula produz hormônios responsáveis pelo controle do metabolismo e podem influenciar no funcionamento dos órgãos e tecidos corporais, gerando um impacto sobre a saúde.

A glândula da tireoide é estimulada por um hormônio secretado pela hipófise, localizada no cérebro, o hormônio estimulante da tireoide (TSH) a produzir os hormônios tireoidianos T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina). Esses hormônios regulam a atividade de algumas enzimas e substancias que podem promover o crescimento e desenvolvimento do corpo, controlar a termogênese e gasto energético e estabelecer a homeostase do organismo.

Os hormônios tireoidianos necessitam da ajuda de alguns nutrientes como o zinco, selênio e iodo para conseguir manter o adequado funcionamento do organismo. Quando esses nutrientes não são ofertados ao corpo via alimentação, as funções que as proteínas, carboidratos e lipídeos realizam no metabolismo podem ser alteradas e gerar algumas doenças como, por exemplo, o hipotireoidismo.

O que é hipotireoidismo?

Entre os transtornos da tireóide, os que mais atingem as pessoas são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.

Em relação ao hipotireoidismo, existem diferentes causas para esta doença com sinais e sintomas parecidos e podem ser pele seca e áspera, bradicardia (redução da frequência cardíaca), cansaço, fraqueza, sensação de frio, constipação intestinal, dispneia (falta de ar, dificuldade de respirar), tolerância diminuída aos esforço, fadiga, hipercolesterolemia, dor muscular, depressão, redução da cognição, constipação, ganho de peso, mudanças de humor.

Geralmente, o hipotireoidismo ocorre quando há diminuição da secreção dos hormônios da tireóide (T3 e t4) e, consequentemente, reduz o metabolismo e funções corporais, isso ocorre por não haver nutrientes suficientes como o iodo para a produção adequada desses hormônios.

Outra causa do hipotireoidismo é quando a glândula da tireoide é atacada pelo sistema imune, sendo uma doença autoimune. Nesse caso, a tireoide pode aumentar de tamanho e deixar de realizar suas funções por ser sinalizada pelo próprio corpo como um corpo estranho no organismo.

Ainda, quando há níveis de T3 e T4 normais no sangue e o hormônio que estimula a tireoide está elevado, pode ser denominado como hipotireoidismo subclínico, havendo inatividade da glândula da tireoide por alguns dias e sem sinais e sintomas prevalentes.

Por quê ocorre essa doença?

O hipotireoidismo pode ocorrer de acordo com a qualidade da alimentação e estilo de vida da pessoa. Fatores genéticos, doenças autoimunes, inflamação, colesterol elevado e alteração da imunidade podem ser algumas causas do hipotireoidismo.

Em situações de deficiência de iodo e selênio, por exemplo, há estimulo da inflamação e da produção de radicais livres que podem induzir a fibrose e destruir a glândula, além de o sistema imunológico ficar deficiente em nutrientes e impedir que a homeostase do organismo e as funções da glândula sejam realizadas normalmente, levando ao hipotireoidismo primário ou doença autoimune.

A doença pode fazer ganhar peso, aumentando as chances para ganho de pese? Qual o impacto real do hipotireoidismo no emagrecimento?

Os hormônios tireoidianos podem influenciar em todos os tecidos e órgãos do corpo, estimulando ou não o processo de quebra de alguns nutrientes como carboidratos e lipídeos e pode estimular a síntese de proteínas para aumentar o gasto energético do corpo quando em repouso. Como o T3 e T4 podem estimular enzimas do metabolismo de carboidratos, por exemplo, a absorção de glicose pelo intestino acaba sendo diminuída quando esses hormônios não estão ativados (hipotireoidismo) e a insulina também não é produzida, havendo uma resistência a insulina no organismo por não existir um receptor nas células para excretar essa glicose ou enviar para outros tecidos utilizarem como fonte de energia. Assim, há aumento de lipídeos no tecido adiposo por não terem sido eliminados/quebrados pelo metabolismo, gera-se aumento do peso e dos níveis de triglicerídeos no sangue, podendo também desenvolver diabetes do tipo 2.

Além disso, quando há algum tipo de desordem endócrina, pode haver ganho de peso pelo fato de os processos metabólicos como a produção adequada de hormônios tireoidianos for deficiente, causando um estresse no organismo e aumento de substancias que podem gerar inflamação como o cortisol elevado e iniciar o processo de estoque de gordura corporal. Quando há o inicio do processo de emagrecimento, ocorre um gasto maior de energia para suprir o que as funções do corpo demandam para ajustar o metabolismo e mantê-lo funcionando adequadamente. Assim, os hormônios que controlam o metabolismo corporal acabam sendo sintetizados e produzidos de forma que reduzam as alterações das funções de alguns órgãos e melhorem a qualidade de vida.

Como pode ser feito o tratamento?

O tratamento precoce para alguns casos de hipotireoidismo é realizado pela reposição hormonal dos hormônios tireoidianos T3 e T4 por medicamentos específicos.

Tratamento nutricional deve ser realizado repondo as quantidades adequadas de iodo e micronutrientes para que ocorra produção normal dos hormônios tireoidianos, analisar se possui algum tipo de alergia alimentar que pode ser causada por alimentos que diminuam a atividade dos hormônios tireoidianos como a soja e glúten por também causar outra doença autoimune, a Doença celíaca), sendo um fator que cause estresse para o corpo e aumente os níveis de cortisol no organismo. Com o cortisol elevado, pode haver redução da função da tireoide, aumento dos níveis de anticorpos no sangue com redução da imunidade e maior propensão aos riscos de gerar infecções no organismo.

Nos casos mais avançados das alterações da tireoide, é realizada a retirada da glândula como forma de tratamento. 

E como deve ser a alimentação?

Deve-se realizar uma dieta anti-inflamatória e antioxidante com aumento da ingestão de alimentos fontes de fibras e que proporcionem zinco, selênio, ferro e flavonoides, além de eliminar aqueles que causam inflamação ou alergia como por exemplo, o glúten e a soja, visto que podem aumentar as chances de alteração na função da tireoide. Deve-se avaliar a ingestão de vitamina D e, se necessário, realizar a suplementação.

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